sexta-feira, 4 de maio de 2012

A bela mediocridade adormecida


O pão que Jesus repartiu na ceia e o pão que o Diabo amassou, a mediocridade fez questão de aproveitar. Oposição. Eu poderia tornar a mediocridade em um poema Barroco, mas a vejo séculos antes da filosofia surgir. A mediocridade parece uma lenda. Ninguém nunca a viu, mas eu sei que ela existe. Anos e anos caminhando por trás das filas, escondida pelas pessoas, vestindo roupas de sabedoria e até mesmo de ignorância. Pobre Sra. Mediocridade! Esconde o poder que tens. Tão presente, mas tão tímida. Não tenha vergonha de sorrir, você é a semente da sabedoria.
Tutorial da sabedoria é o mal do século. É o caos de paletó esporte ordem. Nesse baile os champanhes importados dão alucinações que com o tempo vão se tornando de caráter primitivo. As falsas impressões de sabedoria são os petiscos mais saborosos. Quando o baile termina, retomam as suas mentes reais, que como quem não pode ter fim continua a se enganar.  Ostentam da sabedoria da qual não podem ter, devido ao alto preço da mentira.
A sociedade sempre teve o interesse de deturpar o medíocre. Prefiro uma lanterna a um holofote, que faz questão de contorcer uma história a base do “Era um fim”. Nem sempre o catalisador é quem me dará o melhor produto, em menor tempo. Ver a mediocridade é como poder enxergar interações moleculares da criação do mundo de Deus.
Quis o destino que a vida de um sábio começasse pela mediocridade. Um dia ela amadurecerá e será caos aos olhares de outros. O medíocre ver duas portas antes de entrar na porta que almeja, avançando paulatinamente, contudo captando melhor o mundo. Para que um dia, quem sabe, possa estar no topo olhando de cima.
O pseudo culto rir do equivoco do qual comete. Comete dentro de si, por trás de uma mascara. Sempre tentando se corrigir, para não se dar ao luxo de deixar resquícios à àqueles que o admiraram com o teatro ou com os que pensam ser verdade. O sorriso do medíocre é aquele que rir do medíocre que acha que sabe o porquê de rir.
A diferença de um medíocre que sabe que é medíocre a outro medíocre que nem cogita a ideia de ser um, é que aquele irá à busca do real conhecimento da forma mais imparcial que se possa ter. Se o pote satisfaz a sede, é porque a sede não é tão grande assim. E se quiseres vender a vontade do saber para a vaidade, prefiro não comentar o fim.
É fato que medíocres andam cometendo a vida apenas pelo seu ponto de vista, o problema é que cada ponto é um ponto de vista, e a vista é particular na certeza, e de vez em quando a certeza revira os olhos. Olhos que choram demais, tão tristes, procurando o porquê de serem tão incertos. Lembra-me a inveja, mas no que tem demais querer saber um pouco do que me gira e me fazer girar.
Prefiro um doce critica construtiva a um elogio que me fará estagnar diante do espelho. Se o elogio se repetir demais é porque a mentira foi contada mais de mil vezes. Torna-se mito. E o mito perpetua na alma de quem tem o ato de pensar demais.
Se a vida é um jogo, o “Royal Flush” é raro. E ao mesmo tempo vitima de Pôquer face. O socialismo é o filho primogênito da hipocrisia, a maior arma de alienação já vista. Quem comanda manda por saber, que muita gente acaba achando que acha que sabe que não sabe, porque pensa saber o porquê de algum grego da antiguidade ter falado que não sabia que sabia que não sabia de nada, por que a certeza de não saber é útil para viver. Ao invés de perder tempo discutindo a futilidade dos outros, discutia a própria como um erro que não poderia ser banal. “Quem ocupa o trono tem culpa, Quem oculta o crime também, Quem duvida da vida tem culpa, Quem evita a duvida também tem”.

Bárbara Menezes
IV Relatório da Bibliotecária 

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