O pão que Jesus repartiu na ceia
e o pão que o Diabo amassou, a mediocridade fez questão de aproveitar.
Oposição. Eu poderia tornar a mediocridade em um poema Barroco, mas a vejo
séculos antes da filosofia surgir. A mediocridade parece uma lenda. Ninguém
nunca a viu, mas eu sei que ela existe. Anos e anos caminhando por trás das
filas, escondida pelas pessoas, vestindo roupas de sabedoria e até mesmo de
ignorância. Pobre Sra. Mediocridade! Esconde o poder que tens. Tão presente,
mas tão tímida. Não tenha vergonha de sorrir, você é a semente da sabedoria.
Tutorial da sabedoria é o mal do
século. É o caos de paletó esporte ordem. Nesse baile os champanhes importados
dão alucinações que com o tempo vão se tornando de caráter primitivo. As falsas
impressões de sabedoria são os petiscos mais saborosos. Quando o baile termina,
retomam as suas mentes reais, que como quem não pode ter fim continua a se
enganar. Ostentam da sabedoria da qual
não podem ter, devido ao alto preço da mentira.
A sociedade sempre teve o
interesse de deturpar o medíocre. Prefiro uma lanterna a um holofote, que faz
questão de contorcer uma história a base do “Era um fim”. Nem sempre o
catalisador é quem me dará o melhor produto, em menor tempo. Ver a mediocridade
é como poder enxergar interações moleculares da criação do mundo de Deus.
Quis o destino que a vida de um
sábio começasse pela mediocridade. Um dia ela amadurecerá e será caos aos
olhares de outros. O medíocre ver duas portas antes de entrar na porta que
almeja, avançando paulatinamente, contudo captando melhor o mundo. Para que um
dia, quem sabe, possa estar no topo olhando de cima.
O pseudo culto rir do equivoco do
qual comete. Comete dentro de si, por trás de uma mascara. Sempre tentando se
corrigir, para não se dar ao luxo de deixar resquícios à àqueles que o admiraram
com o teatro ou com os que pensam ser verdade. O sorriso do medíocre é aquele
que rir do medíocre que acha que sabe o porquê de rir.
A diferença de um medíocre que
sabe que é medíocre a outro medíocre que nem cogita a ideia de ser um, é que
aquele irá à busca do real conhecimento da forma mais imparcial que se possa
ter. Se o pote satisfaz a sede, é porque a sede não é tão grande assim. E se
quiseres vender a vontade do saber para a vaidade, prefiro não comentar o fim.
É fato que medíocres andam cometendo
a vida apenas pelo seu ponto de vista, o problema é que cada ponto é um ponto
de vista, e a vista é particular na certeza, e de vez em quando a certeza
revira os olhos. Olhos que choram demais, tão tristes, procurando o porquê de
serem tão incertos. Lembra-me a inveja, mas no que tem demais querer saber um
pouco do que me gira e me fazer girar.
Prefiro um doce critica
construtiva a um elogio que me fará estagnar diante do espelho. Se o elogio se
repetir demais é porque a mentira foi contada mais de mil vezes. Torna-se mito.
E o mito perpetua na alma de quem tem o ato de pensar demais.
Se a vida é um jogo, o “Royal Flush”
é raro. E ao mesmo tempo vitima de Pôquer face. O socialismo é o filho
primogênito da hipocrisia, a maior arma de alienação já vista. Quem comanda
manda por saber, que muita gente acaba achando que acha que sabe que não sabe, porque
pensa saber o porquê de algum grego da antiguidade ter falado que não sabia que
sabia que não sabia de nada, por que a certeza de não saber é útil para viver. Ao invés de perder tempo discutindo a futilidade dos
outros, discutia a própria como um erro que não poderia ser banal. “Quem ocupa
o trono tem culpa, Quem oculta o crime também, Quem duvida da vida tem culpa,
Quem evita a duvida também tem”.
Bárbara Menezes
IV Relatório da Bibliotecária
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